sábado, 8 de maio de 2021

Minhas postagens geralmente não terão título.

  


Querido diário.

Hoje vou começar a te escrever. Peço licença pra começar assim tão tarde da vida, pq geralmente quem escreve diários são as jovens ilusionadas pelo porvir da vida. Não que eu não me sinta jovem, mas sei que já tenho uma longa caminhada nessa vida. Por isso, muitas vezes vou trazer aquelas lembranças da infância, juventude e também de dias e anos atrás.

Bom, a necessidade hoje de escrever essas palavras, surgiu de uma perda. Sim, a perda de uma querida prima, que apesar de morar há 2 mil km de distância, exerce lembranças muito frescas na minha memória infantil.

Nossa história, como já falei, começou na infância. Mas a principal personagem dessa nossa etapa da vida foi a minha tia Marli. Sim, ela que hoje é minha comadre e a quem eu amo muito e respeito pela linda trajetória de vida dela. Ela que nos proporcionava esses momentos inesquecíveis, que uma criança nunca irá esquecer. Devo dizer que a Miriam era uns três anos mais velha do que eu e isso fazia que eu a visse com um olhar de admiração. Às vezes eu realmente achava que ela arrumava umas confusões, pois ela era intensa. Sim, esse é o adjetivo que eu encontrei para a definição simplória da minha lembrança.

Não sei de que signo ela era, mas ela devia ser de algum signo de fogo, pois ela tinha essa qualidade do fogo que transforma as coisas.  Na verdade não gosto de usar essa palavra “qualidade”, pois as pessoas vão achar que ela se designa a alguma virtude. Até pq  eu acredito que qualidade pode ser boa ou ruim. Claro, se eu achar que a “qualidade” de uma pessoa é ser “boazinha”, posso me deparar com pessoas que acham que ser “boazinha” é um defeito.

Voltamos a Miriam. Ela era intensa, forte, explosiva. Mas também carinhosa, humana, pronta pra defender os direitos dos mais necessitados.  Tá bem, eu não posso falar muito, pois não estava presente nesses anos todos desde nossa infância. Mas presenciei situações nas quais pude ver a força que ela tinha pra fazer um mundo melhor, tanto pra ela como para os ouros. Imagino que quem a conheceu melhor possa ter outras impressões sobre ela. Mas gostaria aqui de pedir licença pra ficar com as minhas impressões, elas me satisfazem e me enchem de alegria em poder relembrar.

Lembro-me de quando ela resolveu ir morar na França por uma decepção amorosa. Achei aquilo de uma bravura imensa. Lógico, a dor daquela decepção foi forte demais e ela precisava mudar de ares. Lá ela tinha a companhia da Márcia, irmã mais velha dela. Aliás, queria dizer aqui que estou falando da Miriam, mas que poderia passar o dia escrevendo aqui dos meus cinco primos que fizeram parte dessa saga chamada “infância”. Também tenho outros primos e primas que tenho histórias maravilhosas pra contar, querido diário.  Essas histórias serão contadas em outro pôr do sol! (como diria o fofão)

Bom, outra situação de que lembro muito bem, foi há alguns anos, mais ou menos uns oito. Fui a Cuiabá a trabalho e resolvi passar uns dias a mais pra poder ficar com minha comadre e rever minhas primas, primos, sobrinhos etc. Numa das noites fomos tomar uma cerveja e combinamos de encontrar com Miriam. E pra minha surpresa, ela estava igual. Aquele mesmo sorriso, aquela mesma energia, aquele mesmo olhar caloroso. Foi incrível. Foi a última vez que a vi. Mas sempre via pelas telinhas internéticas que ela continuava forte no seu propósito. Ela era Assistente Social, ela era mãe de 3 filhos lindos, ela era aquela mulher guerreira que fazia questão de contrariar alguns padrões. Como sempre foi, desde a infância.

Querido diário, vc pode ver que sei muito pouco sobre Miriam, minha visão sobre ela é de poucas palavras, mas a admiração é grande.

Sei que ela deve ter enfrentado muitas situações de escolhas, acertos e erros (como já disse, o que são e pra quem são esses “acertos e erros”, não podemos julgar). Mas acredito que ela teve uma vida coerente com seus desejos. Falo isso, pois sei que as pessoas que estavam ao lado dela só têm a agradecer. Eu agradeço por ter tido uma prima tão forte e maravilhosa. Mas o uso aqui do passado é pra dizer que ela partiu. Partiu disso que chamamos mundo real. Mas eu quero propor uma experiência pra quem um dia possa ler esse diário.

Vamos supor que a gente vá dormir. No nosso sonho nós estamos vivendo uma situação qualquer, como por exemplo, estamos casando com alguém que amamos muito. Nossa sensação é de estar muito apaixonada, uma felicidade imensa surge por aquela pessoa. Então acordamos e nos deparamos com nosso companheiro ou companheira ao lado, na cama. O que vc acha que isso significa¿ Que não vivemos aquele sentimento¿ Mas se naquela hora era tão real pra nós, como podemos dizer que não estávamos lá.

Assim podemos avaliar que Miriam ainda está conosco, no sonho, na vida, num lugar em que nunca vamos tirá-la da gente. No nosso coração

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Pandemia - o que é isso?


20 dias de reclusão e confinamento. O movimento da terra parou.
Estamos TODOS, sem exceção, de alguma forma parados. O mundo está parado. Por mais que alguns tentem retomar suas atividades, não há jeito, só é possível se todos pararem.
Estamos vivendo um momento de uma peculiaridade sem precedentes. Já houve outros, claro, em que o mundo ficou em estado de alerta. Porém, dessa vez, não há nenhum lugar que esteja salvo. As guerras produziram grande terror na humanidade, as pestes e doenças causaram danos irreparáveis. Mas em algum lugar se podia viver sem que a ameaça chegasse.  A globalização e o modo em que vivemos hoje, não nos dá essa chance. Não há um só lugar que não esteja com medo. Precisamos aprender a viver como antes, da terra, do nosso próprio sustento, sem exageros e sem excesso. Precisamos aprender a controlar nossos impulsos e estarmos mais conosco mesmos. Não há saída.
Precisamos reaprender a vida. Criar uma nova estrutura que nos seja possível de continuar no planeta. Nada será como era, não podemos mais nos enganar que as coisas voltarão a ser como antes, pois já causamos danos demais a toda a estrutura viva que é a nossa morada.
A interdependência nos mostra que nada está desvinculado de nada, que cada movimento que fazemos, é e será fruto da nossa própria sorte. Esse é um apelo lançado aos que mais conseguem enxergar. A amplitude dos nossos atos é a chave que vai girar a nova engrenagem do motor da nova vida.


20 dias de reclusão e confinamento. O movimento da terra parou.
Estamos TODOS, sem exceção, de alguma forma parados. O mundo está parado. Por mais que alguns tentem retomar suas atividades, não há jeito, só é possível se todos pararem.
Estamos vivendo um momento de uma peculiaridade sem precedentes. Já houve outros, claro, em que o mundo ficou em estado de alerta. Porém, dessa vez, não há nenhum lugar que esteja salvo. As guerras produziram grande terror na humanidade, as pestes e doenças causaram danos irreparáveis. Mas em algum lugar se podia viver sem que a ameaça chegasse.  A globalização e o modo em que vivemos hoje, não nos dá essa chance. Não há um só lugar que não esteja com medo da pandemia do vírus COVID-19. Precisamos aprender a viver como antes, da terra, do nosso próprio sustento, sem exageros e sem excesso. Precisamos aprender a controlar nossos impulsos e estarmos mais conosco mesmos. Não há saída.
Precisamos reaprender a vida. Criar uma nova estrutura que nos seja possível de continuar no planeta. Nada será como era, não podemos mais nos enganar que as coisas voltarão a ser como antes, pois já causamos danos demais a toda a estrutura viva que é a nossa morada.
A interdependência nos mostra que nada está desvinculado de nada, que cada movimento que fazemos, é e será fruto da nossa própria sorte. Esse é um apelo lançado aos que mais conseguem enxergar. A amplitude dos nossos atos é a chave que vai girar a nova engrenagem do motor da nova vida.

domingo, 27 de setembro de 2015

Jardim de inverno

As margaridas e as Petúnias estavam lindas!
A menina sonhou. E nesse sonho ela estava no cinema com seus amigos de tantos anos. Eles eram poucos, mas eram aqueles amigos de longa data, de anos, diria, de séculos.
No cinema eles levaram travesseiros, cada qual o seu. Mas o filme era daqueles que não tem imagem. A menina não entendia bem porque não conseguia ver o filme. Sempre que ela estava de olhos abertos, o filme sumia. Então ela cochilava, dormia um pouco. Aí, o filme aparecia. Não que ela visse algo, eram os amigos que diziam que tinha aparecido a imagem na tela.
Todos saíram do filme comentando, falando do quanto tinha sido bom. Mas ela realmente não sabia do que se tratava a história.
Eles saíram do cinema e esqueceram os travesseiros. Esqueceram também onde tinham que ir pra pegar o ônibus. Estavam perdidos.
Já passava das 23h e a rua estava totalmente deserta. Não havia mais ônibus e um breu se formou. Eles agora não sabiam voltar para casa. Então perguntaram pra 3 rapazes que passavam por ali como faziam para ir até o ponto de ônibus mais próximo. Não havia. Só havia uma estrada e ela era muito longa e com muitas, mas muitas dificuldades.
A menina não acreditava que havia só aquele caminho. Ela não queria ir por ali. Mas os amigos de longa data não hesitaram e seguiram. E ela foi junto até uma parte, mas ainda inconformada com aquela situação. Pararam na casa de uma mulher idosa que ficava bem no meio da estrada e a menina foi perguntar à velha senhora se aquele caminho iria mesmo até o lugar que eles queriam ir. A senhora idosa disse meio em dúvida que sim, aquele caminho levava até aquele lugar, mas que era um caminho difícil, cheio de obstáculos. 
A noite estava escura, e os amigos foram subindo a longa estrada de terra e buracos. A menina ficou ali, pensando no que fazer. Então passaram muitas coisas pela cabeça da menina. Muitas mesmo. Toda a sua vida ela esteve junto a eles e agora eles estavam indo. Ela pensou em ficar ali, talvez para nunca mais sair. Pensou também no que poderia acontecer se ela fosse atrás dos amigos. Pensou na possibilidade de alguma coisa boa acontecer no percurso, talvez encontrar um castelo com reis, mestres e a tão esperada paz.
No meio de tantas dúvidas e vendo o tempo fugir das mãos, bem como o afastamento dos amigos queridos, ela saiu em disparada estrada à cima, com a respiração ofegante de tão alta que era a subida. Ela gritava que a esperassem e eles assim o fizeram. Ela conseguiu alcançá-los e, dali em diante, eles seguiram juntos. Mas a partir dali começavam os obstáculos. Um rio fundo e cheio de animais que apareciam nos surpreendendo. O chão do rio era de lodo, e cobras subiam nas pernas ameaçando-nos sem aviso. Javalis velozes passavam por nossos corpos amedrontando-nos. E o bando seguia. Mas agora era a menina que ia à frente, puxando com coragem e determinação os amigos que vinham atrás. Chegaram numa casa para pedir mais informações sobre qual caminho levava ao lugar que eles queriam ir. O velho senhor que estava na casa apontou uma porta. A menina abriu, e um pequeno corredor se fez perante os olhos dela e cautelosamente foi andando. Mais portas foram surgindo, e ela foi abrindo. Cada vez o caminho era mais estranho e impossível de levar a qualquer lugar. Mas agora eles não podiam desistir. Seguiram em frente.
Chegaram numa sala e lá encontraram duas mulheres jovens. Apesar de feições normais, elas não pareciam amigáveis. Então, bem em frente à porta, a que devíamos abrir pra seguir em frente, as mulheres pararam. Disseram que só poderíamos sair dali se dois de nós as servissem. Mas elas é que escolheriam essas duas pessoas do bando. Escolheram um rapaz e a menina que estava ao meu lado. Uma delas disse pra mim que eu era muito velha, que não servia para o que elas queriam.
Segurei nos braços da menina que foi escolhida e logo em seguida ela foi puxada de mim e lá estava. Entregue as malvadezas delas.
Corri para perto da porta bem logo ela se entreteve com os dois escolhidos. Os outros, como eu, ficaram parados esperando para ver o que eu aconteceria. Não sabia bem o que ela iria fazer com eles, mas esperei que o tempo passasse, precisava ter uma boa ideia para salvar todos nós dali. Enquanto ela se distraía, eu abri a porta atrás de mim para que algum dos nossos fugissem, mas nesse mesmo instante apareceu mais uma mulher trazendo notícias de algo que não conseguíamos entender. Então ela relaxou, ou melhor, se preocupou tanto com o que a outra falou que já não mantinha mais sua atenção em nós. Entrou pela porta onde as duas primeiras mulheres haviam sumido com o rapaz e a menina, para dar a notícia que nós não conseguiríamos entender. Ela deixou aberta a porta por onde surgiu e nós fugimos, porém, a porta dava para um labirinto feito de paredes brancas e sempre iguais. Sempre iguais. Sempre iguais. Não chegávamos a lugar nenhum, então pensamos em voltar, mas não sabíamos voltar. Sentei no chão, aflita, e meus amigos tão antigos sentaram comigo no meio do branco e do silencio que parecia não ter fim. Ficamos ali, sentados um dia inteiro, ou alguns minutos, ou um pouco menos, até que as três mulheres apareceram caminhando rapidamente e o rapaz e a menina vieram atrás e nos falaram: - vamos com elas!!! E fomos.

Não havia mais labirinto, nem portas, nem velhos e nem velhas, nem castelos, nem reis e nem mestres. O dia havia amanhecido e a menina acordou sem saber onde estava e também sem saber qual filme havia passado no cinema. Só sabia da lembrança do sonho, dos amigos, das escolhas e dos caminhos que sempre apareciam. Sempre novos caminhos, nem sempre certos, nem sempre errados, mas novos caminhos. Sempre!


quinta-feira, 12 de março de 2015

Diário da Capsulite Adesiva

Capsulite adesiva


A Capsulite Adesiva também é chamada de Ombro Congelado. É uma condição dolorosa associada a uma perda severa de movimento no ombro. Pode estar associada a uma lesão ou pode ocorrer gradualmente sem causa aparente.



Tudo começou em novembro de 2014. Na verdade acho que antes mas, essa etapa do processo chegou nesse período.

Em dezembro durante a viagem que fizemos a trabalho  pelo SESC - SC é que ela botou as manguinhas de fora. Passaram-se quase 4 meses e ainda o processo segue lento.

Há duas semanas comecei duas sessões de fisioterapia na UNVALI, sessões semanas de bloqueio analgésico e anti-inflamatórios que já me levaram pro PA numa dessas madrugadas. 

Então vou tentar descrever aqui um pouco dessa espera,

beijos

domingo, 11 de agosto de 2013

O espelho! Homenagem ao dia dos Pais


Ela gostava de se vestir com as roupas dele. Jurava que no espelho poderia imitá-lo. Escondida, durante a noite, ia pé ante pé até o banheiro, abria a porta que tinha a maçaneta redonda e grande. Empurrava o pino e lá ficava escondida, brincando. Às vezes tinha medo das coisas que poderia encontrar. 
Uma vez encontrou uma caixinha, muito pequena mesmo, essas de colocar anel, mas não teve coragem de abri-la.

Ela se vestia com a blusa que ele deixava pendurada no gancho atrás da porta. Enchia o pequeno rosto com aquela espuma de barbear que mais parecia um chantilly, o mesmo chantilly que sonhava ter no seu bolo de aniversário. Mas eles nunca comemoravam nenhuma festa. Olhava-se agora com toda aquela espuma e ficava adivinhando ele no espelho. Imitava-o no gesto do barbear, criando caminhos com o próprio dedo no meio de toda aquela espuma e, do mesmo jeito que ele fazia, mastigava a língua pra fora da boca. Ah, isso era o que ela mais gostava.

Ele não! Ele gostava de poucas coisas. Bem poucas. Ela acreditava que as coisas que ele mais gostava cabiam numa bolsa apenas. A Capanga, como ele chamava.

Um dia, ela arriscou-se a olhar o que realmente havia lá.

quarta-feira, 20 de março de 2013

MARATONA CULTURAL





NOTA DE CANCELAMENTO DO ESPETÁCULO 
"DOIS AMORES E UM BICHO" NA 3a. MARATONA CULTURAL


A Cia Experimentus informa a tod@s que está se retirando da programação da 3a. Maratona Cultural de Florianópolis, evento no qual apresentaria o espetáculo “Dois Amores e um Bicho” no dia 24/03, decisão esta informada hoje à produção do evento. 

Quando inscrevemos nosso espetáculo em dezembro de 2012 haviam informações de que a terceira edição da Maratona seria realizada com recursos Lei Rouanet, e naquele momento entendemos que este cobriria seu valor integral, não havendo participação do Governo do Estado. No entanto, quando saiu a divulgação da programação no website do evento há algumas semanas, vimos veiculada no material de mídia o Governo do Estado como patrocinador e a Prefeitura Municipal de Florianópolis como co-realizadora, não havendo no site a logomarca da Lei Rouanet. 

E por que não participar de um evento custeado pelo Governo do Estado?

O descaso e a arbitrariedade com a qual a cultura catarinense vem sendo tratada pelo Governo do Estado tem desencadeado diversas manifestações de repúdio, a exemplo das ações do Fórum Catarina e do movimento Ocupa CIC, apenas para citar duas recentes, que no ano passado deram ampla visibilidade a diversas irregularidades ocorridas, tais como a aprovação de projetos que sequer passaram pelo Conselho Estadual de Cultura, este que legalmente deveria ser o responsável por tal processo, enquanto outros projetos, tais como o Prêmio Cruz e Souza, o Salão Victor Meirelles, o Prêmio Cinemateca Catarinense, e o Festival Catarinense de Teatro, projetos aprovados pelo Funcultural, não foram pagos pelo Governo do Estado. 

Na última semana, mais um destes absurdos veio à tona com o cancelamento do espetáculo “Kassandra”, que teve de ser retirado da programação da Maratona Cultural, por ter como espaço de apresentação o Bokarra Club. Segundo o jornalista Rafael Martini (da Coluna “Visor” / Diário Catarinense) a decisão teria vindo do governador, Sr. Raimundo Colombo, que determinou que o espaço de apresentação fosse retirado da programação por se tratar de casa de diversão adulta, e não havendo sentido em realizar a peça em outro espaço “moralmente aceitável” o grupo preferiu retirar-se do evento. 

Entendemos que esta ação específica desrespeita a curadoria realizada a partir da inscrição de trabalhos artísticos diversos feita em 2012 pelo website do evento, seleção esta que é um processo democrático rompido por uma ação que julgamos arbitrária e moralista. Mas esta ação é apenas a ponta do iceberg.

Mesmo reconhecendo a importância da Maratona Cultural, não concordamos que um evento artístico tenha de ser refém das deliberações do Governo do Estado, por correr riscos de sua não viabilização. Seja por moralismo ou por qualquer outro motivo, entendemos que não é direito do poder público decidir que tipo de arte pode ou não ser vista, e principalmente que tipo de projetos devem ou não ser pagos. Entendemos isto como um desrespeito aos processos legais instituídos para a seleção de projetos culturais a serem beneficiados com a rescisão de impostos destinada à cultura catarinense. 

Lamentamos pelo público que perderá mais um espetáculo da programação, contudo, como artistas e cidadãos, não podemos concordar com estes acontecimentos, e aqui registramos nosso repúdio retirando nosso trabalho da programação. 

Cia. Experimentus / Itajaí - SC